Gostaria de saber o que é cirurgia bariátrica e metabólica? A cirurgia bariátrica é uma opção de tratamento da obesidade grave. A obesidade é um sério problema de saúde mundial, pois aumenta cada vez mais a quantidade de pessoas com excesso de peso.
Isso acontece principalmente pelos hábitos de vida das pessoas que favorecem o acúmulo de gordura no corpo como alimentação não saudável, falta de atividade física, correria, estresse, além de predisposição genética.
Muitas pessoas chegam no consultório querendo fazer cirurgia bariátrica como se fosse a solução dos seus problemas que levaram ao ganho de peso. Mas não se enganem, a cirurgia não faz o trabalho que você precisa fazer para o processo de emagrecimento acontecer.
Para emagrecer só existe um caminho: a mudança de hábitos de alimentação, o que chamamos de “dieta”, ou seja, ter uma alimentação planejada e organizada com o objetivo de controle do peso. A perda de peso seja com acompanhamento com nutricionista, ou com uso de medicação de controle do apetite com médico endocrinologista ou ainda com cirurgia bariátrica, acontece por essa mudança da alimentação.
Com a ingestão de menor quantidade de calorias, leva-se o organismo ao déficit calórico (ingerir menos calorias que o corpo gasta), e consequentemente, à perda de gordura corporal e perda de peso de forma adequada.
No caso da cirurgia bariátrica, após o procedimento, como o estômago é cortado na cirurgia e fica com tamanho bem reduzido, e o intestino é cortado e desviado, é necessário fazer uma “dieta” com pouquíssimas calorias e alimentos líquidos em pequenas quantidades, que vai mudando com o passar dos dias para alimentos pastosos e em maior quantidade.
Essa alimentação é muito diferente da realizada no dia a dia antes da cirurgia e por isso leva a grande perda de peso de forma rápida. Essa perda de peso ocorreria mesmo sem cirurgia fazendo a mesma alimentação, porque o que leva à perda de peso é a alimentação.
Claro que com a cirurgia essa dieta é obrigatória para a recuperação adequada do organismo após o procedimento e sem cirurgia seria muito difícil só pela força de vontade. Mas o que quer dizer é que essa “mudança radical” é que leva à grande perda de peso.
Com o passar do tempo após a cirurgia e a cicatrização, o organismo começa a aceitar cada vez melhor os alimentos. Até que fica praticamente igual a antes da cirurgia, sendo possível comer de tudo da mesma forma. E aí está a diferença de quem mantem os resultados da cirurgia e quem não mantem.
Nesse momento é importante que exista aquela mudança de hábitos de alimentação de forma definitiva, que começa na cabeça com os pensamentos, a vontade e a decisão. E vai até à prática de acostumar o estômago com as refeições em pequenas porções, acostumar-se com alimentos saudáveis na maior parte das refeições.
Além disso, é necessário dedicação de tempo, organização das compras, preparo dos alimentos de forma adequada. Ter um planejamento alimentar a seguir e fazê-lo por obrigação e necessidade e não apenas pela vontade.
Por isso é necessário fazer uma “preparação” para a realização de cirurgia bariátrica. Saber de tudo isso, como é o processo da cirurgia e que após essa mudança de vida é necessária, senão o que vai ocorrer inevitavelmente é o reganho de peso.
Não se deve encarar a cirurgia bariátrica como última opção no tratamento da obesidade. O médico pode indicá-la em qualquer momento durante o tratamento clínico. Assim, faz-se acompanhamento do paciente durante um tempo, avaliando as respostas do organismo às mudanças de hábitos, a quantidade de excesso de peso a ser perdida e as comorbidades e seus riscos para a saúde.
Por outro lado, também não devemos pensar em cirurgia como primeira opção de tratamento da obesidade para qualquer pessoa. Deve-se fazer avaliação detalhada e acompanhamento adequado necessário para a decisão do melhor plano terapêutico de forma individualizada e segura.
Muitos pacientes não fazem acompanhamento médico para tratamento da obesidade e simplesmente um dia chegam no consultório para pegar um “laudo” para fazer cirurgia bariátrica. Está errado. Esse caminho muitas vezes está fadado ao fracasso.
O correto é procurar uma consulta para entender sobre a obesidade e seguir as orientações do médico e nutricionista para aprender essa mudança de hábitos. E para aprender é necessário tempo e prática. É preciso ter paciência e consciência de que demora mesmo.
A cirurgia bariátrica pode parecer um caminho mais rápido e é de fato. Mas não adianta conseguir um resultado rápido e depois perder esse resultado rápido também. Também recebo muitos pacientes que fazem cirurgia bariátrica, passam bem nos primeiros meses após a cirurgia, somem do consultório. E só voltam tempos depois porque reganharam peso e querem uma solução novamente.
A cirurgia bariátrica funciona de verdade. O que quer dizer é que não é só fazer cirurgia bariátrica, mas é fazer e realmente passar a viver de forma diferente, fazer “dieta” após a cirurgia para sempre, fazer acompanhamento médico regular para sempre, fazer atividade física para a saúde para sempre.
Esse passar a viver de forma diferente é o mais importante, é mais importante que a cirurgia em si, e pode-se fazê-lo com resultado até sem cirurgia. Mas se você está disposto a fazer cirurgia e viver de forma diferente, a cirurgia pode ser para você.
A cirurgia leva ao resultado de perda de peso pela mudança da capacidade do estômago que passa a receber menor quantidade de alimentos, por redução da fome pela mudança na produção de hormônios da saciedade, e por redução de absorção de calorias pelo intestino com a alteração feita no trânsito do intestino. Por isso também ocorre redução da absorção de nutrientes e é necessário fazer reposição de vitaminas.
Os critérios médicos para a indicação de cirurgia bariátrica são:
As comorbidades associadas à obesidade grau 2 que levam a indicação de cirurgia bariátrica são várias. Pode-se conferir de forma completa em resolução do Conselho Federal de Medicina. As principais são: diabetes mellitus tipo 2, colesterol alto, pressão alta, apneia do sono, infarto de miocárdio, angina, insuficiência cardíaca, acidente vascular cerebral, asma grave , osteoartrose, hérnia de disco, refluxo gastresofágico com indicação cirúrgica e outras.
A cirurgia bariátrica é uma opção para tratamento do diabetes mellitus tipo 2 não bem controlado com dieta, atividade física e medicamentos para glicemia (açúcar do sangue). Nesse caso, chama-se cirurgia metabólica, quando o objetivo é controle da glicemia. Indica-se para pessoas com diabetes e obesidade com IMC acima de 30 em algumas condições específicas.
Além da perda de peso que é fundamental para o controle do diabetes, modificações geradas pela cirurgia no intestino são importantes no funcionamento da insulina, hormônio que controla o açúcar do sangue.
Os principais tipos de cirurgia bariátrica são:
Na Sleeve é feita redução do tamanho do estômago e mantem a estrutura normal do intestino. Já no by pass gástrico é feita uma redução maior do tamanho do estômago e mudança do intestino que é ligado após a parte reduzida do estômago. A segunda opção é a mais eficaz na redução do peso e é a mais usada na maioria dos casos.
A cirurgia bariátrica e metabólica pode ser feita de forma aberta (com corte maior) ou por videolaparoscopia (com pequenos cortes no abdome). A última tem recuperação mais rápida no pós-operatório e menores complicações. Estudiosos estão desenvolvendo técnicas mais modernas que tendem a ser cada vez menos invasivas e melhores para os pacientes.
Importante: as informações disponíveis em falandosaúde.com possuem apenas caráter educativo. É importante fazer uma consulta médica para que seja feito diagnóstico e indicação de tratamento adequados.
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