Gordura no fígado no ultrassom é um achado extremamente frequente nos exames realizados atualmente. Significa depósito excessivo de gordura no fígado, órgão vital para várias funções no corpo e para a manutenção da vida. A doença causada pelo excesso de gordura no fígado chama-se esteatose hepática.
Esteatose hepática ou “gordura no fígado” é uma doença caracterizada pelo aumento do depósito de gordura dentro do fígado. É diagnosticada através do exame de imagem chamado ultrassonografia.
A gordura no fígado costuma ser uma doença silenciosa, ou seja, pode desenvolver-se com o passar do tempo sem manifestar sintomas e evoluir para estágios mais graves. Algumas pessoas podem sentir dor ou desconforto no abdome e na região abaixo das costelas do lado direito. Também pode haver sensação de inchaço na barriga e dificuldade de digestão dos alimentos.
A esteatose hepática não tem tratamento específico como por exemplo o diabetes. Assim, não existem no momento medicamentos que retiram a gordura no fígado. Existem alguns remédios no mercado comercializado com essa intenção, porém não existem evidências científicas da sua real eficácia.
Da mesma forma, não há comprovação do efeito de tratamentos chamados “naturais” para gordura no fígado. Devemos ter muito cuidado em relação a isso pois são em sua grande maioria uma ilusão e uma forma de chamar atenção das pessoas, podendo ainda causar riscos para a saúde.
A gordura no fígado pode parecer ser uma doença frequente e inofensiva. Realmente está se tornando cada vez mais frequente na população. Contudo, não é uma doença nada inofensiva. Ela pode ser dividida em graus:
Os graus da esteatose representam a porcentagem do fígado acometida pela gordura: quanto maior o grau, maior a quantidade de gordura. Com o passar do tempo, a esteatose pode evoluir para esteato-hepatite, que significa que a gordura está levando a inflamação no fígado e, com isso, prejudicando o seu funcionamento normal. A inflamação pode ser vista em exames de sangue específicos do fígado.
Com mais tempo e dependendo também da predisposição genética, a inflamação pode causar fibrose do fígado, que é a formação de “cicatrizes” no fígado inflamado, risco altíssimo de cirrose e, posteriormente, câncer de fígado. Assim, a gordura no fígado pode evoluir para uma doença grave, com perda do fígado sem reversão e necessidade de transplante.
Para tanto, atualmente existe um cálculo chamado FIB-4 score, que é feito pelo médico através de uma fórmula que leva em conta a idade, valores de exames de sangue chamados TGO, TGP e plaquetas, com um resultado que indica o risco da pessoa de ter grau avançado de fibrose.
A gordura no fígado surge por aumento da gordura no corpo de uma forma geral. É uma complicação do sobrepeso e da obesidade. Portanto, a principal forma de prevenir a esteatose hepática é através da prevenção do excesso de peso com mudanças no estilo de vida, melhora da qualidade da alimentação e realização de atividade física.
O médico especialista no fígado é o hepatologista (gastroenterologista especializado nas doenças do fígado). É importante uma avaliação geral para identificar todas as possíveis causas da doença do fígado, a necessidade de procedimentos mais complexos como biópsia hepática e acompanhamento da evolução para doenças mais graves.
A causa mais comum de gordura no fígado no ultrassom é a chamada esteatose hepática não alcoólica. Trata-se da manifestação no fígado da síndrome metabólica, a complicação do excesso de peso e hábitos de vida ruins como aumento do açúcar do sangue, da pressão arterial e do colesterol do sangue.
Muitos estudos estão em andamento mostrando a gravidade dessa complicação e a relação íntima do fígado com doença metabólica. Existe uma proposta de mudança do nome para Doença hepática metabólica, que se mostra mais adequado à fisiopatologia da doença e das possibilidades de intervenção para tratamento.
Assim, para essa causa da doença indica-se avaliação e acompanhamento com médico endocrinologista, especialista em doença endócrinas e metabólicas, de forma conjunta com o hepatologista.
Algumas doenças aumentam o risco de desenvolver juntamente esteatose hepática. As principais são pré-diabetes e diabetes. Por isso, recomenda-se para todos esses casos rastreamento com ultrassonografia de abdome. Outras doenças que podem vir associadas são:
O tratamento mais eficaz da gordura no fígado é a perda de gordura corporal, ou seja, o emagrecimento. Com o emagrecimento ocorre redução de gordura em excesso em todas as partes do corpo, inclusive no fígado e outros órgãos como o pâncreas e o coração.
A perda de peso pode acontecer por dieta hipocalórica prescrita por nutricionista associada a exercícios físicos. Ou com uso associado de medicamentos para controle do apetite e saciedade prescrita por endocrinologista. Ou ainda com cirurgia bariátrica a depender do grau de obesidade.
De todas as formas, o mais importante é a perda de peso, que vai levar a benefício na saúde em geral e no fígado nesse caso específico, sendo sem nenhuma dúvida o melhor tratamento para gordura no fígado.
Dessa forma, em relação à alimentação, a esteatose hepática está diretamente associada ao consumo excessivo de gorduras saturadas (carne, banha de porco), carboidratos refinados (pão, farinha de trigo) e excesso de açúcar. O uso de álcool é um fator de risco importante para progressão da doença da fibrose mais avançada deve ser totalmente evitado.
A chamada dieta do mediterrâneo é uma boa opção para pessoas com esteatose pois é rica em gorduras insaturadas (azeite, castanhas, abacate, peixes), frutas e legumes. Outra intervenção que pode ajudar, curiosamente, é o consumo de café (porém, sem açúcar ou com pouco açúcar).
Assim como o sobrepeso e a obesidade precisam de tratamento a longo prazo para manter os resultados, é necessário manter a alimentação adequada e a prática de atividade física regular para manter o fígado saudável após melhora da esteatose hepática e evitar o seu retorno.
Portanto, a gordura no fígado no ultrassom é uma doença comum, que vem aumentando o número de casos no mundo. É muito importante a avaliação através da realização de consulta médica e exames para investigação do fígado. É importante fazer exames de rotina em pessoas de risco, para identificar precocemente e possibilitar sua cura e a prevenção de casos mais graves e complicações.
Em suma, existe tratamento que melhora bastante, mas que não é milagre, exigindo da pessoa dedicação para mudança permanente de hábitos ruins de vida que podem levar não só a problemas no fígado, mas também no coração, pulmão, intestino, articulação e outros.
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