As consequências do sedentarismo vão muito além da estética corporal. Fortes evidências de estudos mostram impactos negativos do sedentarismo nas chamadas doenças não transmissíveis, como diabetes tipo 2, câncer de mama e pâncreas, aterosclerose (artérias obstruídas), osteoporose, infarto, pressão alta e depressão. Há também maior suscetibilidade para ocorrer lesões nas articulações, coluna e joelhos devido ao enfraquecimento dos músculos.
É importante ressaltar que o sedentarismo não necessariamente acarretará todos esses problemas. Mas é comprovado em estudos que uma pessoa sedentária tem uma maior probabilidade de desenvolver essas complicações do que uma pessoa que pratica atividades físicas regularmente.
Obesidade: consequência visível do sedentarismo
A obesidade está intimamente ligada à alimentação inadequada, e se falta exercícios físicos então o ganho de peso se potencializa. A obesidade é o acumulo de gordura no corpo, e acontece porque a ingestão de calorias é maior que o recomendado para uma pessoa. Como a atividade física consome grandes quantidades de energia, então, há uma compensação para o excesso de calorias ingeridas.
Só a atividade física pode não fazer emagrecer. É importante ter uma alimentação de acordo com as necessidades energéticas. Porém, uma pessoa que se exercita bastante e come além do necessário ganha peso em uma taxa bem menor que uma pessoa sedentária.
Fraqueza muscular e lesões
A falta de atividade física traz também problemas musculares. O estilo de vida sedentário acarreta na perda de força dos músculos, pois são tecidos que precisam ser usados e estimulados para ganharem força e resistência.
Uma musculatura fraca comprometerá todo o corpo e sobrecarregará as articulações, sobretudo dos membros inferiores. O joelho fica seriamente exposto, passando a suportar o peso do corpo, afetando os tendões, meniscos e cartilagem, elevando o risco de um grave problema.
Os músculos têm também uma função importante que é a sustentação do corpo. Músculos como da lombar, abdômen e panturrilha desempenham esta função, e se eles estão fracos então a função de sustentar passa a ser dos ossos, nervos e cartilagem, ou seja, estruturas que não podem receber impactos diretos.
A coluna também é seriamente afetada, recebendo diretamente os impactos e aumentando chances de lesões como formação de hérnias e desgaste da cartilagem.
Comprometimento do pulmão
O sedentarismo pode comprometer o sistema respiratório, inflamando e enfraquecendo o pulmão, diminuindo a função pulmonar. Em pessoas que já apresentam um quadro de asma, rinite, alergia e doença obstrutiva pulmonar crônica, a falta de atividade física piora esses quadros, pois o pulmão está enfraquecido e o esforço para respirar é muito mais alto.
A obesidade que também pode ser causada pelo sedentarismo contribui para a dificuldade de respirar, pois acontece um aumento da pressão nos pulmões, tornando a respiração mais dificultosa.
Complicações no coração
Outro grave risco atrelado à inatividade física é o comprometimento do coração, deixando-o fraco. O coração é um músculo que também precisa ser estimulado para se fortalecer. A prática de atividades denominadas aeróbicas como a caminhada, corrida e natação potencializam a força do coração. Estas atividades elevam os batimentos cardíacos, e esse fato de fazê-lo se submeter a um esforço deixa-o mais forte.
Pessoas sedentárias tem maior propensão a desenvolver pressão alta, ter o colesterol ruim mais elevado, ter problemas de circulação e além disso aumenta as chances de ter inflamação no corpo devido ao excesso de peso. Todos esses fatores prejudicam diretamente o coração, fazendo-o trabalhar mais forçadamente.
O colesterol ruim pode formar acúmulos de placas nas artérias e impedir o sangue de chegar ao coração, e a pressão alta não tratada corretamente causa aumento do coração tornando-o mais fraco. Nessas condições o risco de sofrer um infarto é grande.
Aumento de risco para diabetes tipo 2
A inatividade física leva ao aumento da resistência à insulina, ou seja, o corpo não responde bem ao hormônio insulina. O sedentarismo enfraquece os músculos, e com isso eles deixam de usar a glicose para se regenerar e crescer, e dessa forma a insulina não consegue levar a glicose para dentro das células para ser convertida em energia ou armazenada como glicogênio (reserva de energia).
Como consequência há o aumento da glicose no sangue, criando um cenário perfeito para o surgimento do diabetes tipo 2. Exercitar faz o hormônio insulina cumprir bem o seu papel. Exercite-se mesmo se já exista uma resistência à insulina, ficar parado só agrava a situação.
As consequências do sedentarismo para os ossos
A osteoporose caracteriza-se pela diminuição da densidade óssea. Os ossos também precisam ser estimulados para se manterem saudáveis. Por outro lado, a falta de exercícios físicos leva a uma perda progressiva de sua massa, tornando-os fracos e propensos a sofrerem fraturas.
A corrida é um ótimo exercício para melhorar a densidade óssea, pois o impacto causado estimula a produção de células ósseas, ajudando a prevenir a osteoporose.
As consequências do sedentarismo para a depressão
A prática de atividades físicas faz o corpo liberar várias substâncias que têm efeito positivo sobre o humor, bem estar, satisfação, felicidade e motivação. Entres essas substancias estão a endorfina, dopamina e serotonina.
A ação dessas substâncias melhora a qualidade do sono, traz a sensação de dever cumprido e tem efeito positivo sobre a saúde mental. Enfim, o sedentarismo pode deixar a pessoa mais triste e desmotivada.
Sedentarismo pode aumentar o risco de câncer
Estudos têm mostrado que o câncer está associado a outros fatores de risco, como obesidade, inatividade física e desregulação dos níveis hormonais como a insulina. Por isso é importante ter uma vida regular de exercícios físicos. Pois dessa maneira evita-se que o corpo fique comprometido podendo criar um ambiente propício ao desenvolvimento de um câncer.
Procure um médico para evitar as consequências do sedentarismo
Ter um desses problemas de saúde citados acima pode estar relacionado a outros fatores sem ser o sedentarismo. Todavia, é comprovado que o sedentarismo pode aumentar as complicações em portadores dessas doenças. O importante é sempre procurar um médico para avaliar sua condição física em uma consulta e fazer os exames solicitados por ele.
Nunca comece a fazer exercícios sem orientação médica se você tem um problema de saúde. Ele é o profissional certo para te indicar o melhor exercício.
Por outro lado se você não tem um problema de saúde e quer começar a se exercitar ou já se exercita, procure assim mesmo um médico para evitar uma surpresa desagradável. Muitas doenças são silenciosas e podem demorar a manifestar um sintoma grave. Faça exames de rotina para checar seu estado de saúde.
Seja como for só existe uma maneira de evitar as consequências do sedentarismo: a atividade física.